“Eu visto qualquer coisa”.
“Não me importo com o que os outros acham”.
“Tenho mais o que me preocupar – trabalho, responsabilidades, tarefas, estudos – do que a roupa que estou vestindo”.
“O que importa é o meu conteúdo”.
Quantas vezes você já reproduziu ou ouviu essas frases?
Vivemos em uma sociedade em que sempre fomos julgados pela nossa imagem, principalmente as mulheres. E, por mais que as coisas estejam mudando, esse julgamento ainda acontece, mesmo que inconsciente.
E como as nossas roupas influenciam nesse julgamento?
Pois bem, a imagem comunica, nossas roupas comunicam. Muito mais do que nós imaginamos. Então, ao selecionar uma peça específica de roupa para determinada ocasião, consciente ou inconscientemente, você está passando uma mensagem para as outras pessoas. E, a partir do momento em que elas te veem, elas interpretam a maior parte da conclusão e impressão que vão ter sobre você. Isso tudo acontece no subconsciente, em apenas um décimo de segundo.
Ou seja, a maior parte da sua mensagem é transmitida pela sua imagem. Quando você não investe nisso ou não dá a devida importância, você perde oportunidades até mesmo sem saber. Já parou para pensar em quantas vagas de emprego você não passou por não se vestir adequadamente aquela ocasião? Quantas vezes você não teve a credibilidade que merecia em uma reunião só por sua imagem não estar de acordo com a sua postura? Ou até mesmo quando aquela paquera não foi para frente porque a escolha das roupas não mostrava que queria algo mais sério?
Mas então, será mesmo que você se veste só para os outros? Surpreendentemente, não. Foi o que os dois psicólogos americanos descobriram. Segundo a pesquisa da teoria da cognição do vestuário, Adam e Galinsky conseguiram mostrar como as roupas exercem poder sobre quem as veste, como interferem na construção da autoimagem e como podem afetar a autoestima e a produtividade.
Essa teoria da cognição do vestuário se comprova durante o período da pandemia quando as autoras Sintya Motta e Leila Rabello escreveram um livro chamado “Quarentena sem pijama: O poder das roupas sobre a autoimagem e a produtividade”. Em um momento em que a maioria das pessoas trabalhavam de casa, sem precisar se preocupar com a roupa que usaria durante o horário de trabalho, o livro aborda sobre como não se vestir adequadamente para aquela ocasião afetava a sua produtividade. Ou seja, as pessoas que costumavam trabalhar de pijama em casa, não eram tão produtivas quanto no escritório. Segundo a autora Sintya Motta, roupas podem ser úteis nesses momentos difíceis para que nos sintamos mais motivados e capazes de realizar nossos projetos e sonhos. Mais uma vez, comprovando que as roupas que usamos são ainda mais importantes para quem as vestes.
Em um outro experimento social, dividiram as pessoas em 3 grupos distintos. Enquanto no grupo A foi informado que as pessoas usariam jaleco de pintores artísticos para realizarem suas respectivas tarefas, no grupo B foi informado que as pessoas usariam jaleco de médicos. Já no grupo C, eles não vestiram os jalecos, apenas tinham os jalecos de médicos a vista. O grupo B, que vestiu jalecos de doutores, teve uma performance em jogos mentais muito superior aos demais grupos. Esse experimento conseguiu demonstrar, na prática, como funciona essa teoria da cognição do vestuário.
Ou seja, descobriram que as roupas realmente têm poderes sobre sua mente. E quando você de fato utiliza determinadas peças, você pode passar por alterações reais no seu comportamento, na sua performance e até mesmo mudar o jeito que você pensa. As roupas têm um impacto direto na sua autoimagem.
E quando você aprende as técnicas certas para usar as roupas adequadas em cada ocasião, você possui inúmeros benefícios. A disposição é um deles. Quando estamos desanimados até para com o vestuário e os autocuidados, a roupa pode fazer com que a gente se sinta mais segura, mais pronta para enfrentar os desafios diários. A própria segurança é um outro benefício. É comum termos inseguranças em relação à várias situações cotidianas. Principalmente no ambiente de trabalho e nas tarefas corporativas, como reuniões, apresentações, entrevistas de emprego. Mas se você já chega usando uma vestimenta que te faz sentir adequada à situação e segura, consequentemente, você se sente mais confiante e poderosa.
Por isso, é importante que você domine a sua imagem. Aprenda o que você quer comunicar e como comunicar através de suas roupas. Comunique suas habilidades, seu conteúdo e seus objetivos na sua imagem. Assim, você alcança suas metas!